Nota: ★★★★★☆
Astrid Smeplass demorou ao lançar seu álbum de estreia. “Leave It Beautiful” chega sete anos depois de ela quebrar barreiras de som no “Idol” norueguês, e dois anos e meio depois de vencer na categoria “Spellemann of the Year“. No caminho para cá, suas canções atingiram 1 bilhão reproduções.
Em outras palavras, “Leave It Beautiful” não é um teste de jornaleiro senão no sentido simbólico. Ainda assim, é mais do que uma dica de que algo esteve em jogo durante a gravação, que aconteceu em Estocolmo e Los Angeles no ano passado, com a dupla de produtores suecos Jack & Coke por trás dos controles.
Três de cada dez canções foram lançadas antecipadamente. Destes, o alegre (e lindamente intitulado) “It’s Ok If You Forget Me” se destaca como a mais forte. Em comparação, a faixa de abertura “Marilyn Monroe” é mais ou menos frágil e banal, tanto como música quanto como metáfora pop. Em sequência um romance não sóbrio, “Can’t Forget”, é igualmente descomplicada, mas desliza com mais naturalidade.
“I’m starting to think I’m a psychopath“, ela canta em “Obsessed” – uma das várias músicas de “Leave It Beautiful” que empurra o projeto em uma direção nova e mais sombria, melódica e lírica. “Hits Different” e “Airpods” oferecem eletro-pop retorcido e mínimo que atrai a mente de uma Robyn em um estado de ânimo briguento e sanguinário. É de se esperar que Smeplass explore mais essa direção.
Equilibrada por essa expressão mais angular, a conclusão de duas peças “If I Can’t Have You” e a faixa-título unem os fios temáticos do álbum com um toque agridoce. As letras são consistentemente boas e pessoais, e uma paisagem sonora eficaz já levanta melodias convincentes.
Sucessos únicos provavelmente ainda são a moeda mais forte no universo em que Astrid S opera, e não há necessariamente muitos deles em “Leave It Beautiful“. No entanto, não há indicação de que o interprete e se preocupe muito com isso. Então, também há poucos motivos para o resto de nós fazermos isso.
MELHOR MÚSICA: “Hits Different“.